Fruto do abandono de Poul Rasmussen da liderança do PES, as direções nacionais dos partidos socialistas europeus preparam-se para eleger Sergei Stanishev (líder PS Búlgaro). Assim, a se confirmar, sucederá ao ex-PM Dinamarquês, o ex-PM Búlgaro, num congresso organizado pelo PM Romeno (Victor Ponta).
Parece-me claro que as ambições socialistas passam não só por se continuarem a apresentar ao eleitorado europeu como uma força política bem preparada institucionalmente (daí consagrarem ex-governantes), mas também em abrir o PES a Leste, promovendo figuras da nova Europa. E se entendo bem a necessidade de apresentar líderes com experiencia governativa e imperativo que se entenda o espaço europeu como compreendido de Lisboa a Sofia, já entendo menos a necessidade de promover líderes com testemunho governativo nada condizente com a herança social-democrata e com os valores e ideais do socialismo democrático, numa altura em que o eleitorado europeu grita por novas soluções de esquerda.
Para mais, tenho muitas dúvidas que na construção dos sistemas partidários na Europa Central e de Leste tenham os PS locais sido fundados sob os mesmos pressupostos ideológicos e programáticos que os da Europa Ocidental (por várias razões). Tal justifica, aliás, que temas como a igualdade, a equidade social ou a defesa do estado social não estejam nas primeiras páginas das suas agendas, antes pelo contrário; e que o legado das suas governações esteja mais ligado a despropositadas políticas de privatizações, escândalos de corrupção ou ausência de políticas de igualdade.
Dito isto, é normal que dentro da família PES encontremos partidos com tradições e culturas políticas distintas, por vezes conflituantes. Como aliás em qualquer partido político de um Estado Federal (veja-se o sistema Norte-Americano). E não estranha a necessidade de encontrar equilíbrios consensuais e soluções monistas, visando a construção de uma força partidária unida no combate político. Faz, aliás, todo o sentido, do ponto de vista táctico. _O problema é que a Europa não são os EUA (que têm séculos de cultura partidária). Para mais, a Europa tem dinamizado nos últimos anos uma sociedade civil progressista, interventiva e pró-activa. Que está contra as políticas de austeridade e contra o fascismo do ‘deficit'. Que quer mais democracia, menos oligarquias e uma coerência efectiva entre o discurso e a praxis política. Que espera por uma nova resposta de esquerda, mas não de uma esquerda aparelhista, oligárquica e calculista, como temo que se apresentará o PES depois de Bucareste.
Mas talvez seja esse o preço a pagar para retirar do governo europeu a direita conservadora e liberal. A estratégia é simples, aliás: depois de França, vencer na Alemanha (2013), entrar em 2014 em crescendo e ganhar as decisivas eleições europeias. E até me parece plausível, tal plano. Mas continuaremos atrás de um mal-menor, longe de uma solução integradora e democrática representada por políticos de cepa e convicções, e totalmente a leste do socialismo (democrático).
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