Foi anunciado esta semana o novo conjunto de ministros (e ministérios) que terão a responsabilidade de gerir os destinos de Portugal nos próximos anos.
Veremos então como funcionará a renovada orgânica governativa - nomeadamente o omnipresente Ministério da Economia e, naturalmente, a pasta das Finanças -, bem como a nova dinâmica ministerial, onde perfilam um conjunto interessante de ministros. Uma vez que são bem claras as intenções do Governo em "reduzir o Estado", estou curioso em seguir as intenções de Paulo Macedo, Nuno Crato e Pedro Mota Soares nas áreas da Saúde, Educação e Segurança Social (áreas onde o peso do Estado é substancial e onde assenta grande porção do "Modelo Social Português"). Será, aliás, por estas áreas que se verificarão as intenções de governo em promover o "Estado mínimo", restando saber se tal significará "melhor Estado". A ver.
Também a seguir com atenção será a relação entre Passos Coelho e Paulo Portas, o dínamo do novo Governo. Da energia entre ambos sairá o ritmo e o ambiente político dos próximos tempos. Se Portas procurar ofuscar Passos no plano internacional, jogando com a inexperiência do agora primeiro-ministro, poderá criar alguma tensão na coligação. Se, pelo contrário, actuar como um jogador de equipa, o Governo poderá solidificar-se pela boa relação entre Passos e Portas.
Nestes primeiros dias do XIX Governo Constitucional não deixa de causar alguma surpresa as negas recebidas por Passos Coelho para as importantes pastas das Finanças e Economia. Naturalmente que sem desprimor para as segundas escolhas, tal demonstra que Passos Coelho não conseguiu implementar o seu plano A e que as personalidades que negaram o convite - algumas depois de activamente intervirem na campanha e no novo desenho programático do PSD - se escusaram à responsabilidade de colocar em prática, para "Bem da Nação" (ler com ironia), as suas ideias e em participar no novo rumo que tanto apregoaram.
Novo rumo necessita também o Partido Socialista. O agora maior partido da oposição é hoje um partido amorfo, desmotivado e politicamente descapitalizado, depois de 6 anos de excessiva governamentalização lhe ter retirado iniciativa, dinâmica e capacidade de ligação com a sociedade. No seu futuro próximo o PS necessita, mais do que contar espingardas internas, de voltar a aproximar-se da família socialista europeia (de onde se afastou), assumir os erros da sua gestão do Estado e potenciar um debate interno que volte a envolver os seus militantes e a sociedade civil na construção de uma proposta alternativa que permita, primeiro na Europa (em 2014) depois em Portugal (2015), construir uma proposta política progressista que volte a cativar cidadãos e cidadãs e nos permita sair do ciclo liberal que agora vivemos (e que não consegue resolver os problemas da crise internacional que criou).
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