Esta é uma eleição marcada pela inconstância de Passos Coelho. Em primeiro lugar, recorde-se, foi uma coligação parlamentar negativa, liderada pelo PSD, que, chumbando o PEC IV, provocou a actual crise.
Situação pouco vista na democracia portuguesa e exclusivamente justificada por razões eleitoralistas, em especial da parte do PSD.
Neste sentido, e apreciando este momento histórico, rapidamente concluímos que o principal partido da oposição demonstrou total incapacidade de se comportar como um partido politicamente evoluído, com sentido de Estado e dentro dos cânones expectáveis de quem se propõe a ser alternativa governamental. E nem me refiro às reiteradas contradições de Passos Coelho, ou à estratégia de "navegação por sondagens" promovida pelo PSD.
Refiro-me à inacreditável impreparação política da liderança laranja, que não soube antever e preparar-se para uma crise por ela criada. Como se entende que um partido que quer ser governo, que provoca uma crise política com vista a obtenção do poder, só agora apresente o seu programa eleitoral? Um partido politicamente evoluído tê-lo-ia apresentado antes mesmo de provocar eleições. E mais, perante a complexidade (e a personalização) da actual vida governativa teria anunciado um governo sombra, ou pelo menos indicado as suas escolhas ministeriais para algumas das áreas-chave da governação.
Mas a verdade é que o actual PSD é tudo menos um partido de Estado e uma alternativa de governo. É um partido demasiado personalizado na inexperiência arrogante e juvenil do seu líder. Um partido sem sentido nem tacto e demasiado ansioso em atingir o poder. Só isso explica, aliás, o chumbo do PEC IV ou a recente recusa obtusa em governar com o PS (ou melhor, com José Sócrates) mesmo antes de conhecer a expressão eleitoral dos portugueses. Que fará, então, Passos Coelho se ganhar as eleições e não obtiver maioria com o CDS? Governará em minoria? Ou continuará a provocar crises políticas até à obtenção de uma maioria clarificadora?
Claro que se entende a ansiedade do líder laranja em forçar uma maioria de direita, mas esperava-se dele mais calo político. Afinal o país pode necessitar de um próximo governo de bloco central alargado (PS, PSD, CDS) e, para que tal resulte, é decisiva uma boa relação entre as suas forças constituintes, não se entendendo assim a razão para antagonismos radicais.
É que, de facto, a corrente intervenção externa pode representar uma óptima oportunidade para o País, se bem aproveitada; necessitando para tal os nossos políticos de se entenderem e saberem construir, em conjunto, uma governação mais eficaz e eficiente. Por isso, e quando se requer do sistema político e dos seus principais dirigentes uma atitude conciliadora e prospectiva, pouco se entende o comportamento confuso e impreciso de Passos Coelho.
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